
Nosso design: afinal, o que é o estilo brasileiro?
Já falamos sobre correntes do design, sobre artistas brasileiros e sobre a nossa história em meio ao universo criativo. Já abordamos muito por aqui, e hoje trazemos uma pergunta para resumir todos esses assuntos em um só: então, o que é o estilo brasileiro? Com toda essa história e bagagem cultural, como definimos o nosso estilo nacional?
Quando falamos, por exemplo, em “estilo japonês”, você provavelmente forma uma imagem mental muito bem definida. O mesmo provavelmente acontece para a arte indígena, mexicana e tantas outras identidades culturais. Essa imagem vem de uma série de origens – algumas infelizmente estereotipadas, outras fundamentadas em informações sobre a história e cultura dessas identidades. Mas, no final das contas, temos muita facilidade para identificar o que é o estilo do lado de fora das nossas fronteiras – mas e do lado de dentro? Por que é tão difícil delinear o que é um estilo próprio nosso? Hoje, vamos responder a essa pergunta e mostrar um pouco de como interpretamos essa identidade artística através do nosso produto.
Moramos num país continental. Cada uma de nossas macrorregiões é, inclusive, maior que muitos países mundo afora. Cada estado tem uma riqueza própria e uma individualidade que começa na história e passa pela gastronomia, pelo idioma, pelas vestimentas e pela cultura como um todo. E nos entendemos no meio disso tudo com uma grande paixão nacional ao passo que enxergamos essa individualidade riquíssima com carinho e admiração. E no design, claro, isso se reflete na forma como cada local sana as suas próprias necessidades, usa seus próprios materiais e aplica a própria identidade em formas, conceitos e funções. Para explorar o estilo regional brasileiro, então, vamos falar sobre algumas personalidades muito importantes para nós: nossos designers, que formam um time criativo afiadíssimo e elaboram produtos que sintetizam a diversidade cultural do Brasil como um todo.
Região Norte: Sérgio Matos e a ancestralidade
Não tem como citar o design de mobília do norte brasileiro sem lembrar do seu maior nome: Sergio Matos é icônico e leva a identidade cultural nativa brasileira como um poderoso norte para sua criação. Mais que isso, combina as raízes ancestrais tão presentes na região com inovação de tecnologia e forma, apresentando um design ao mesmo contemporâneo e ilustrativo da rica história da região Norte.

Região Nordeste: Studio Alfaia e o maracatu
O Studio Alfaia combina o conhecimento multidisciplinar e com raízes internacionais de dois designers. Sediado em Recife (e no Rio de Janeiro), suas peças focam em elevar a identidade cultural através da ginga, cor e alegria comumente associadas ao nordeste – Alfaia, inclusive, é um instrumento típico do ritmo do maracatu.

Região Centro Oeste: Luciana Teixeira e as tramas
Apesar de ser gaúcha, Luciana Teixeira encontrou sua maior inspiração no Mato Grosso do Sul. Também inspirada pelos povos indígenas da região, Luciana traduz a memória local através de tramas complexas que remetem, em cada nó, à tradição local do folclore e das cores do cerrado.

Região Sudeste: Natalia Scarpati e a contemporaneidade
Natalia Scarpati nasceu no Espírito Santo e traduz a nossa identidade cultural através da contemporaneidade dos seus desenhos. Focada em inspirações arquitetônicas, musicais e culturais cosmopolitas, Natalia reflete, em suas criações, sobre o aspecto pluricultural e internacional das origens brasileiras.

Região Sul: Henrique Steyer e o maximalismo
Henrique Steyer é gaúcho, mas traduz a sua identidade projetual na abundância, no maximalismo e no espírito global. Suas criações misturam o maximalismo brasileiro com as inspirações das ascendências europeias presentes na região Sul para criar um design irreverente, indiscreto e absolutamente encantador.

Temos o privilégio de trabalhar com esses e tantos outros nomes que nos ajudam a descobrir o que é a identidade cultural brasileira propriamente dita – sem exceção, todos eles trazem uma luz diferente para esse tema, nos mostrando um design multifacetado e incrível em todos os sentidos. Mas, com base em toda essa compreensão e em todo o diálogo que temos trazido por aqui, concluímos que o design brasileiro é maximalista por definição, reflexo de uma cultura heterogênea e que não pode ser definida apenas por um elemento – uma dança, uma comida, uma identidade. Ao elevarmos a importância das nossas terras ancestrais e daquelas tomadas por povos que chegaram muito recentemente, nossa cultura torna-se uma mistura fantástica entre o ancestral e o contemporâneo, incentivando uma visão internacional mas sempre e inerentemente sedimentada no que é tradicionalmente brasileiro.
Em resumo, somos do mundo, mas sempre com um pézinho em casa. Somos coloridos e animados, mas sem perder a elegância. Somos carregados de variedade e de festa, reconhecidos por onde vamos. Para fazer design brasileiro, é só sendo brasileiro e entendendo intrinsecamente o que nos define – é impossível imitar. Por aqui, nos orgulhamos em saber que contamos com um time que nos garante essa variedade e essa identidade singular. E, como sempre, convidamos você a continuar descobrindo esse nosso papel frente ao design e a arte. Na próxima sexta, vamos falar um pouco mais sobre a relevância de outros grandes nomes que trabalham conosco: Estúdio Galho, Estúdio Oune, Fabrício Ronca, Filipe Ramos, Plantar Ideias e Rodrigo Karam, outras personalidades de peso que integram nosso time. Nos vemos semana que vem!
Um abraço,
Studio Lovato
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