
Contemporaneidade e design: estilo na era da informação
Viver na atualidade é um privilégio: temos tudo na palma da mão. Seja na instantaneidade dos nossos celulares, na conectividade das nossas redes sociais ou na praticidade dos nossos sistemas de computadores, a tecnologia é um elemento que não conseguimos nos imaginar vivendo sem. E não só isso: a criatividade também está profundamente atrelada às inspirações que obtemos em nossas redes. Hoje, é praticamente indispensável fazer um projeto, seja arquitetônico, de design ou do que for, sem buscar referências no Pinterest ou em outros portfólios digitais. Entendemos que precisamos buscar não só referências, mas também entender tendências de mercado que vão guiar o sucesso de um projeto.


Mas como essa contemporaneidade da informação age no nosso processo criativo? Pensando em termos de História, a arte existiu por milênios sem Pinterest, Instagram ou outros meios de compilar inspirações. Nas primeiras grandes sociedades, como a egípcia ou a grega, as referências vinham de dentro das próprias culturas ou de povos adjacentes. Existem registros, inclusive, de palavras gregas sendo inseridas no idioma latino da Roma antiga como gírias – da mesma forma que falamos que algo é “cool” ou sugerimos fazer um “brainstorming”. As inspirações de outros estilos, idiomas e culturas sempre estiveram por aqui, seja na arte, na linguística ou na rotina diária das pessoas.
Só que hoje temos um excesso de informação pairando sobre nossas cabeças. Passamos o dia em nossos computadores e celulares, absorvendo informações que vêm dos quatro cantos do mundo em tempo real. Se um país do outro lado do planeta sofre um atentado, sabemos no segundo seguinte. Se uma celebridade engravida, descobrimos antes dos familiares dela. E se algo é tendência na arte, essa ideia se difunde em questão de dias, criando um estilo de design global que se metamorfoseia constantemente. Por exemplo, ora a moda é se inspirar no estilo japonês clássico para elaborar mobília. Semanas depois, o escandinavo toma conta. Não demora muito, então, para surgir um estilo que mescla ambos (o famoso “japandi”) para encaixar os projetos de quem decidiu seguir ambos em alguma caixinha. E assim vamos deixando a era da informação moldar nossos projetos, nossas casas, nossas roupas, nossa vida – e sempre foi assim, desde os nossos primórdios. Mas hoje é tudo veloz demais, gerando uma onda de consumo que não é gentil conosco – seja em termos financeiros ou identitários, sentir que precisamos mudar tudo à nossa volta em caráter mensal não é saudável.

E como fugimos desse ciclo? Por aqui, sempre defendemos que a nossa sustentabilidade vem da durabilidade do material e da forma. Mas o que isso quer dizer em termos práticos? Já faz alguns anos que o Studio Lovato, nosso departamento de criação, age em prol de um catálogo sem excessos ou formas datadas. Nós buscamos criar mobílias que não são movidas por tendência, e sim por aquilo que de fato estudamos e entendemos que vai perdurar mesmo quando a moda passar. Isso não quer dizer que nossa forma não é contemporânea ou que não se alinha a tendência de mercado – mas nós orgulhosamente podemos dizer que matamos a charada e descobrimos a fórmula para um mobiliário que é relevante e jamais vai deixar de ser. E o segredo é simples: criar formas sem excessos para que não enjoem, promover cores que nunca ficarão datadas (apostamos em tons naturais por isso!) e deixar tudo isso perdurar com um material de alta performance e extrema durabilidade. Assim, não há mudança de opinião, influência ou “modinha” que vá tirar o sentido do nosso produto.
E você também pode aplicar esses conceitos em seus projetos. A atemporalidade, na era da informação, é a chave para projetos que durarão por gerações. Sempre dizemos que, para atualizar um projeto, é muito melhor trocar as cores e formas de um punhado de almofadas do que precisar derrubar uma casa inteira – e é aí que entra a importância de entender o que é tendência que veio pra ficar e o que é apenas um respiro passageiro. É um desafio, mas é a chave para ideias resilientes.
Essa temática dos projetos resilientes rende muito assunto para debatermos. Na semana que vem, convidamos você para ler mais sobre o oposto disso: se hoje falamos sobre projetos que duram para sempre, na nossa próxima conversa vamos falar sobre o uso de recursos limitados, com prazo de validade, dentro da esfera do design (e como usá-los com inteligência). Nos vemos semana que vem!
Um abraço,
Studio Lovato
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